A História do Rio Grande do Norte - Cap 1
Capítulo 1
As Origens do Homem Americano
O Homem, quando chegou ao continente americano, já havia passado por
uma longa evolução, desde o aparecimento do Homo Erectus, que viveu há
1,7 milhão de anos até 200 mil anos atrás. Pertencia ao grupo do Homo
Sapiens. Não há, até o presente momento, unanimidade sobre a origem dos
primeiros povos que colonizaram a América, mostrando ser assim um
problema complexo. Diversas teorias abordam a questão, sendo a mais
aceita aquela que defende terem os primeiros homens vindos da Ásia,
através do Estreito de Bering, atingindo a América do Norte durante a
última Era Glacial. Um grande volume de águas retidas nas geleiras
provocou o abaixamento do nível das águas do mar, fazendo surgir uma
ligação terrestre entre a Ásia e América. Segundo a pesquisadora Betty
J. Meggers, "a mais antiga ponte terrestre existiu entre cerca de 50.000
e 40.000 anos atrás e foi usada por várias espécies de mamíferos do
Velho Mundo (...) Após um intervalo de submergência que durou uns 12.000
anos, a ponte reapareceu entre cerca de 28.000 e 10.000 anos atrás".
Nesse período, contudo, uma camada de gelo surgiu como obstáculo à
passagem humana durante alguns milhares de anos. Acontece que, como
esclareceu Meggers, "no decorrer de alguns milênios, antes que os
segmentos de Leste e Oeste se fundissem e um corredor se abrisse
novamente a ponte terrestre foi transitável." Permitindo, assim, a
caminhada humana. Foi aproveitando essa oportunidade que os asiáticos
teriam penetrado no continente americano.
Existem provas de
caráter antropológico, etnográfico e lingüístico a favor da teoria
asiática, mas Paul Rivet acreditou que essa não foi a única via de
acesso do homem ao continente americano. Essas provas se restringiram a
uma região, a parte setentrional da América do Norte, segundo Rivet. É
justamente por essa razão que ele defende uma origem múltipla: os
australianos teriam invadido a região mais meridional da América do Sul.
Para Rivet, portanto, uma das influências étnicas que podem destacar-se
na América é de origem australiana. Sua ação, por discreta e limitada
que tenha sido, loga impor-se pela antropologia, pela lingüística e pela
etnografia". Acredita ainda esse cientista que uma parte da América foi
povoada pelos polinésios, apresentado provas lingüísticas, culturais e
tradicionais.
Paul Rivet é de opinião que o Atlântico funcionou
como uma barreira intransponível para que o homem chegasse até ao
continente americano e que, "ao contrário, o litoral do ocidente da
América foi permeável a migrações múltiplas, em toda a sua extensão. O
Pacífico não se tornou de forma alguma um obstáculo. Foi, sim, um traço
de união entre o mundo asiático, a Oceania e o Novo Mundo".
A
teoria da origem múltipla de Raul Rivet foi defendida por alguns, porém
combatida pelos seus adversários. A verdade é que, apesar do avanço
nessa discussão, a questão ainda não foi totalmente solucionada.
A
controvérsia não atinge apenas a via de acesso, mas igualmente a época
em que os primeiros colonos povoaram a América. Para Betty Meggers, "as
discordâncias surgem das informações esporádicas inconclusivas, da
presença do homem do Novo Mundo entre 40.000 e 12.000 anos passados,
datação que alguns autoridades aceitam e outras não."
O certo é
que o "homem entrou no Novo Mundo enquanto estava ainda subsistindo à
base de plantas e animais selvagens", nas palavras da mesma autora. Esse
homem, ao migrar para outras regiões, caminhou a pé. Teria ocorrido,
desse modo, várias migrações.
As primeiras comunidades agrícolas
surgiram no México, na América Central, Equador e Bolívia. Viviam em
pequenos bandos. Eram caçadores e coletores. À medida em que avançavam
para o sul, segundo os que acreditam na origem única, asiática, as
comunidades foram passando por mudanças, com o objetivo de se adaptarem
ao novo ambiente. Essas adaptações foram importantes para o
desenvolvimento dos diversos grupos.
A agricultura promoveu uma verdadeira revolução. Posteriormente, surgiram grandes civilizações: Astecas, Maias e Incas.
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